ENCONTRANDO ALEGRIA NA ALEGRIA DOS OUTROS!

Entendendo os valores do mundo: A realidade da ‘cadeia alimentar’

Vivemos num mundo semelhante à ‘cadeia alimentar’. Os mais inteligentes, os mais bonitos, os mais espertos, os mais endinheirados se encontram no TOPO de tudo, enquanto os outros, desprovidos de ‘qualidades’, estão abaixo, num grande mundo de sujeição aos mais fortes.

Essa visão de ter/ser para poder/exigir tem gerado sérios problemas na vida das pessoas. Existem aqueles que se gabam pelos seus feitos, aqueles que se depreciam pelo que são e aqueles que se autocomiseram, num ‘coitadismo’ sem fim. (Para maiores informações sobre essas reações pecaminosas, veja BROGER, John C. AUTOCONFRONTAÇÃO: um manual de discipulado em profundidade. 3°ed, 2008: BCF, lição 9).

Tomemos como exemplo a seguinte situação: Um jovem de 18 anos não conseguiu passar no vestibular. Numa visão de auto-exaltação, o jovem diria: “Eu não estudei mesmo”, Eu não queria aquele curso”, “Estudar é para os fracos”, “Não preciso de estudo, já tenho dinheiro”. Na visão depreciativa, o jovem diria: “Não sirvo para nada mesmo!”, “Bem que me disseram, que eu era um inútil”. E na perspectiva de autocomiseração: “Não tive a mesma oportunidade de estudo que meu amigo…”, “Se eu não passasse tantas dificuldades”, “Se alguém olhasse para mim e me desse o devido valor”.

Os discípulos também passaram por esse momento de olhar para a cadeia alimentar: Lc 22.24-26 “Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior”   (RA).

Distante de uma visão com essa, Jesus ensinou aos seus discípulos a importância de SERVIR as pessoas ao invés de buscar a própria GRANDEZA.

“Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou.Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.”João 13:12-17

1. O SERVIÇO É OBRIGATÓRIO!
   

O nosso “Mestre” e “Senhor” tomou a decisão de fazer um trabalho que poucos desejariam: lavar os pés sujos dos discípulos. Lembremos que não havia naquela época ruas asfaltadas! O “lavar os pés” dos discípulos representa o serviço humilde que, a começar pelo Mestre, deve ser de todo aquele que crê em Jesus.Na Igreja e fora dela, nós temos diversas oportunidades de servir com tudo aquilo que o Senhor nos tem confiado. Se desejarmos lutar contra a cultura dominante, a visão da cadeia alimentar, precisaremos nos doar às pessoas de modo a não haver coisas indignas para nós, numa atitude de total desprendimento de nós mesmos: reputação, recursos financeiros etc. Podemos traduzir o “lavar os pés” como ‘auto-desprendimento em prol do outro’.

Jesus Cristo, em seu amor servil, lavou os pés do mundo ao se entregar na Cruz pelos pecados de todos. De fato, todo aquele que crê em Jesus tem seus pés lavados pela Cruz de Cristo e, a partir disso, é inserido na família de Deus. Pedro, no verso 8, relutou contra o desprendimento de Jesus em lavar os seus pés, uma vez que era uma situação indigna para o “Mestre” e “Senhor”, dizendo: “Nunca me lavarás os pés”.

“Se eu te não lavar, não tens parte comigo”, disse Jesus. O nosso mestre quer que compreendamos que o MAIOR é quem serve! Jesus, mesmo sendo O mestre, era O servo. Quem ainda não aprendeu a ser servido em suas necessidades, sobretudo, espirituais, ainda não está pronto para servir. Mas quem já foi servido por Cristo, serve com naturalidade aos seus irmãos e irmãs!

O Serviço não é uma opção para o Cristão, mas sim uma obrigação!

2. O SERVIÇO É IGUAL PARA TODOS
   “Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou”

Há uma tendência mundial de endeusar pessoas, fato que também ocorre em diversas igrejas! Se endeusarmos pessoas e seus serviços, podemos um dia nos decepcionar com elas e até abandonar a Igreja…

Não devemos nos preocupar com qual serviço é mais importante (pregar, ensinar, ser um diácono etc), pois todos são iguais! Não existe uma relação de superior e inferior, como Jesus disse: “o servo não é maior do que o seu senhor“. Já que os discípulos não seriam maiores que o mestre, cabia-lhes imitar os passos, andar como Ele e viver como Ele.

Cada um de nós recebeu oportunidades singulares para servir, dadas pelo Mestre, não as perca olhando para o serviço alheio!

3. O SERVIÇO TRAZ ALEGRIA
   

“Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.”

Aqui está um bom remédio para a tristeza, desânimo, falta de alegria etc. Os valores do mundo favorecem uma visão narcisista da vida: MEU, MINHA, PARA MIM. O Senhor da vida, no entanto, diz que aqueles que se entregam pelos outros são verdadeiramente felizes!

Está faltando alegria? Que tal olhar mais para o lado e perceber como ajudar as pessoas a sua volta! Lembre-se: não coloque obstáculos para o serviço, mas o faça como todo o desprendimento.

Ao encontrar a alegria dos outros, você também encontrará a sua!